sexta-feira, 2 de julho de 2010

Só mais um dia...


Jornalismo. Uma das poucas certezas que trago desde a adolescência! Esses dias, graças a uma amiga enroladíssima com o prazo de entrega do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) me vi obrigada a “conceder” uma entrevista relâmpago falando sobre os jovens profissionais da área. Achei engraçado ser tratada como “gente grande”, experiente, com histórias para contar. Acho até que bateu uma crise...
Foi esse o ponto de partida para a nostalgia. Lembrei de uma série de histórias que renderiam, minimamente, crônicas engraçadíssimas. Mas as oscilações de humor devem ter criado uma barreira natural nos últimos dias, já que não tive crises de riso em um local ou hora inadequados. Ok, vamos às explicações: sou repórter, confortavelmente responsável pela editoria policial em um jornal do Alto Tietê há dois anos. Apesar da tensão, trabalhar na área é uma baita escola! Claro que, há dias em que você se sente o Haley Joel Osmente em “O Sexto Sentido”, vendo gente morta o tempo todo, mas existe a parte “divertida”.
Na última semana, por exemplo, fiquei duas horas plantada em uma rua de terra, sem iluminação, à margem da Rodovia Ayrton Senna da Silva, em Itaquaquecetuba, à espera da identificação de dois corpos. Como o local precisava ser periciado e blablabá, ninguém podia se aproximar da cena do crime antes da chegada da Polícia Científica. Assim que eles desembarcaram, a gente se “envolveu no grupo, bancou os polícia e subiu”. Pensa em uma casa no alto do morro, cerca de 15 metros acima do nível da rua.
No microquintal, "os vários" dois repórtes da região, com os dedos cruzados esperando que RGs brotassem dos bolsos dos mortos para poder deixar aquele lugar e voltar para o quentinho do carro. Passados 15 minutos, já dominada pela injúria, olho para a rampa de entrada... Meu, era alta! Eu via um "L" - exatamente o desenho desde o topo até a rua. Como se não bastasse, era de concreto escorregadio e não tinha nem 30 centímetros de largura. Para quem me conhece e também do complexo que tenho com o tamanho do meu pé, sabe que isso era mesmo um problema! Confesso que precisei de uma forcinha para subir, mas ainda assim não havia notado como era difícil o acesso. Depois de me descabelar e bolar planos como virar um tatu-bola e sair rolando ou correr no melhor estilo “Lola”, fui cutucada pelo fotógrafo do jornal concorrente. Sinceramente comovido com o meu drama, que sugere: “Pô, monta na prancheta e faz um esquibunda!”. Pensei comigo: “maldito japonês, é por isso que eles sempre passam na USP”.

Um comentário:

  1. hahahahahahaha

    (descobri seu blog, ta f.. se falar mal de mim)

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